domingo, 22 de agosto de 2010

Atividade avaliativa para a 1ª prova 1ª etapa

ATENÇÃO!

Atividade avaliativa - Data da entrega: dia da 1ª prova/1ª etapa

Geografia Iº ano

* Fazer todas as atividade da apostila, perguntas e respostas, em folha separada, com capa, nome, data e turma, INDIVIDUAL, escrito A MÃO, CAPÍTULOS 1 AO 4;


Geografia IIº ano

* Fazer todas as atividade da apostila, perguntas e respostas, em folha separada, com capa, nome, data e turma, INDIVIDUAL, escrito A MÃO, CAPÍTULOS 20 AO 23;


Geografia IIIº ano

* Fazer todas as atividade da apostila, perguntas e respostas, em folha separada, com capa, nome, data e turma, INDIVIDUAL, escrito A MÃO, CAPÍTULOS 1 AO 7;


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Matéria da prova de Geografia

Geografia Iº ano

Matéria:

APOSTILA GEOGRAFIA GERAL

Capítulo 1 - A paisagem e o espaço geográfico;
Capítulo 2 - A sociedade tecnológica;
Capítulo 3 - A internacionalização da economia: a globalização;
Capítulo 4 - Os blocos econômicos e a formação dos grandes mercados.

Geografia IIº ano

Matéria:

APOSTILA GEOGRAFIA GERAL

Capítulo 20 - A Deriva Continental e a Tectônica de Placas;
Capítulo 21 - A morfogênese do relevo mundial;
Capítulo 22 - As rochas e a estrutura geológica;
Capítulo 23 - A formação do solo e sua degradação.

Geografia IIIº ano

Matéria:

APOSTILA GEOGRAFIA GERAL

Capítulo 1 - O Brasil no mundo;
Capítulo 2 - Medição de distâncias e cálculo de escalas;
Capítulo 3 - As projeções cartográficas;
Capítulo 4 - O mito da abundância;
Capítulo 5 - O impacto ambiental na fachada litorânea;
Capítulo 6 - O potencial de uso dos oceanos: a exploração mineral e a maricultura;
Capítulo 7 - A estrutura geológica e as riquezas minerais do Brasil.

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Aula Morfogênese do relevo (vídeo)

Caros alunos,

conforme aula na sala de vídeo, como prometido, segue abaixo para conclusão da atividade.

Atividade:

Análise do vídeo contendo no mínimo três parágrafos (interdisciplinaridade com Português). Lembrem-se de abordarem os temas "morfogênese, ação das águas no relevo, erosão e ação humana".

Entregar em folha separada com nome e turma no dia 09/08 - segunda-feira.


quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Brasil no mundo

Os números são incríveis e mostram uma superioridade, que infelizmente, só se reflete na questão territorial:O Brasil é o 5º maior país em extensão; o 5º mais populoso do mundo. Em terras contínuas ele é o 4º país mais extenso. Seu território tem uma área de 8.514.204,9 Km2, ocupando 1,6% do total do globo, 5,7% das terras emersas, 20% do continente americano e 48% da América do Sul.

Nosso país é cortado pelas linhas do Equador e do Trópico de Capricórnio. Cerca de 93% de seu território está situado no Hemisfério Sul, tendo suas terras nas latitudes mais baixas, dando-lhe características de um país tropical. Por estar localizado inteiramento a oeste de Greenwich (Hemisfério Ocidental) temos apenas longitudes oeste (W ou O). Fuso horário atrasado em relação ao GMT.

Atividade - Responda em seu caderno para a correção do professor em sala.

1. Segundo o texto o Brasil não pode se orgulhar de outros índices a não ser o de seu território. Explique o motivo desta afirmativa. O autor exagerou ou foi muito realista? Justifique.
2. Observando o mapa e lendo o texto, quais as características principais podemos atribuir ao nosso país?
3. Conceitue Greenwich e GMT.
4. Observando o mapa, quais países não fazem fronteira com o Brasil e suas respectivas capitais?

*Correção e visto no dia 11/08/2010

Veja esse vídeo:

A Deriva Continental

A Teoria da Deriva Continental foi formulada em 1912 pelo meteorologista alemão, Alfred Wegener, apresentando evidências geológicas, biológicas, paleontológicas e geofísicas para demonstrar suas idéias. Para Wegener, os continentes atuais estiveram agrupados no passado em um único conjunto denominado Pangéia.

Fragmentando-se lentamente, como podemos observar na figura ao lado, esse continente deu origem a dois outros: Laurásia ao norte e Gondwana ao sul.

Em sua teoria a crosta terrestre é constituida por uma massa sólida mais leve que flutua sobre um substrato mais denso e pastoso. O deslocamento dessas massas é o responsável pelo surgimento das cordilheiras, enrugamentos de rochas que foram comprimidas durante esses deslocamentos (imagem - Karakoram/Paquistão).

A Teoria da Deriva Continental foi rejeitada em sua época e hoje é largamente aceita devido aos avanços tecnológicos nas investigações oceanográficas e da Geofísica que comprova o deslocamento dos continentes.

Atividade - Responda em seu caderno para a correção do professor em sala.

1. Faça uma pesquisa e escreva algumas linhas sobre o significado de cada palavra para o texto que você acabou de ler e para a Geografia:

a) Laurásia;
b) Gondwana;
c) Karakoram;
d) Oceanografia;
e) Geofísica.

*Correção e visto no dia 11/08/2010

Veja vídeo:

Paisagem


O que é paisagem?

Observe as imagens:

Paisagem é a extensão de território que se abrange numolhar ao nosso redor, constituída por um conjunto de elementos criados pela natureza e produzidos pelo homem.


Paisagem humanizada é a que já se transformou por intervenção humana e na qual há o predomínio visível das ações da sociedade.


Paisagem natural é aquela em que predominam os aspectos originais da natureza, tais como vegetação, recuros hídricos, relevo, clima e fauna.


A paisagem observada tem uma história que está expressa no espaço geográfico.


Atividade - Responda em seu caderno para a correção do professor em sala.


1. Em qual das imagens acima podemos apontar uma paisagem humanizada? Em qual podemos observar uma paisagem natural? Justifique sua resposta.
2. Observando a paisagem da imagem dois (a segunda imagem de cima para baixo) em que condições podemos deduzir que estão os seus elementos naturais?
3. Ainda sobre a mesma imagem, como podemos imaginar sobre as pessoas que ali vivem, seus hábitos, atitudes, habilidades e atividades profissionais?
4. Dê o significado de paisagem.
5. Observando as duas imagens como o homem pode identificar os processos socias que agiram sobre a paisagem? Justifique.

*Correção e visto no dia 09/08/2010

Veja os vídeos:

Telecurso - Aula 01 - Paisagem Natural



Telecurso - Aula 02 - Paisagem Urbana

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tecnologia e Sociedade – A Internet

Sem dúvida a Internet hoje está associada à modernidade e às tecnologias de ponta, mas também, à inclusão social e seus derivados como as novas formas de comunicação, redistribuição da informação, cultura e educação. Para o consultor Tjerk Franken a internet é potencialmente uma das ferramentas mais poderosas de inclusão social, porém, é preciso saber usá-la. Mais que isso, segundo o Doutor em Ciência da Computação Antônio Mendes Filho há três pilares para a inclusão digital: Tecnologia de Informação, renda e educação.

O Brasil ainda está longe de ter os três pilares bem desenvolvidos. Contudo, os números apresentados segundo o Ibope/Nielsen – 2009 são promissores. Somos quase 70 milhões de internautas com mais de 16 anos. O Brasil é o 5º país com maior número de conexões à Internet. Nas áreas urbanas são quase 50% da população e 97% das empresas conectadas à Internet. Segundo a FGV, são mais de 60 milhões de computadores ativos e a banda larga atinge mais de 10 milhões de conexões.


Isso tudo é muito bacana se pensarmos positivamente. Estamos chegando lá. Temos índices de tempo de navegação superiores a países como EUA e Reino Unido. Contudo, se analisarmos do ponto de vista do “saber” usar, a Internet pode se apresentar como uma arma perigosa. Como ela é livre qualquer um pode colocar o conteúdo que quiser a disposição de todos e se não houver um controle sobre isso, conteúdos impróprios, corruptíveis, como xenofobia, racismo, apologias ao crime podem ser acessados, por exemplo, por crianças. Esse “certo” controle pode incorrer no erro da censura, contudo, necessário, pode ser feito em casa, no próprio computador do usuário e no diálogo entre responsáveis e crianças e adolescentes. Segundo o pesquisador português Sérgio Emanuel da Costa Teixeira, em seu trabalho A Internet e a Sociedade, publicado pela Universidade de Coimbra, a velocidade de atualização da Internet pode provocar um profundo choque de gerações. Idosos não se identificam com a nova ferramenta tecnológica e acabam sendo excluídos pelas novas gerações que nasceram e se formaram dentro desta perspectiva e pela sociedade como um todo, que tem na Internet o seu meio e fim do processo de informação, seja lazer ou prestação de serviços. Para evitar isso é preciso criar políticas de inclusão dos idosos na nova expectativa social que a Internet proporciona.


Nos três pilares para a inclusão digital, na T.I., a infra-estrutura brasileira melhorou muito nos últimos anos proporcionando melhores conexões e possibilidades de acesso, inclusive banda larga para um número maior de pessoas, hardware e peopleware (pessoas necessárias para exercerem os papéis e responsabilidades da T.I.). Na renda, em recente reportagem da revista The Economist e Fundação Getúlio Vargas (FGV) o Brasil vem tornando-se um país de classe média. Cerca de 52% da população ou 100 milhões de brasileiros. São famílias com renda mensal entre R$ 1.064 e R$ 4.561 que perceberam uma melhora na qualidade da educação e tiveram a sua força de trabalho migrada de empregos informais para os formais. Com essa melhora, mais famílias investem em computadores, softwares e acesso à Internet. Na educação, a Internet se apresenta como um espaço de sociabilidade através da solidariedade de seus participantes. Sociabiliza informação de forma quase imediata. Pessoas que nunca se viram contribuem para sanar dúvidas e dificuldades, interferindo e transformando o processo de formação do conhecimento. Os sites de educação multiplicam-se tornando mais acessível a um só clique.


Portanto, é importante a responsabilidade tanto de quem produz quanto do usuário final. A rede abriga uma infinidade de informação útil como inútil. O discernimento sobre ela e sua busca adequada é que fará a diferença de quem irá aproveitar melhor a vasta possibilidade que se apresenta. Segundo Daniela do Lago, professora da Fundação Getúlio Vargas, a dica é criar uma política que valorize o uso consciente da rede mundial de computadores, tanto para empresas quanto para os lares.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A liberdade e a abolição da escravidão no Brasil

Vários pensadores observaram a liberdade de diversas maneiras. Para Sartre, o homem é a própria liberdade, ele é antes de tudo livre, ou nada, por isso pode definir-se da maneira que melhor lhe interessar. O homem é condenado à liberdade e a fazer escolhas, contudo, a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que o faz mentir para si mesmo isentando-se da dura responsabilidade de ser livre para escolhê-las. Ou seja, delibera suas ações para algo superior a ele. Como esse “algo” superior não existe, ele se angustia pela eterna liberdade que está obrigado a ter ou se aliena, escondendo-se em ideologias para justificá-las.

Sob essa ótica podemos nos deter acerca do episódio da extinção da escravidão no Brasil. Segundo o historiador Boris Fausto, muitas são as explicações para o fim da escravidão, contudo, a maior controvérsia foi de uma opção pessoal do imperador, de propor a chamada Lei do Ventre Livre (1871), já que aparentemente não havia insurreições de escravos naquele momento. Porém, logo após a Guerra do Paraguai, sentia-se que o Brasil não podia contar com a lealdade de uma grande parcela da população, por estar essa em estado servil.

Questionava-se o risco político de manter-se uma classe servil ou a subversão da ordem estabelecida caso essa classe fosse libertada com o indulto do Império. Questionava-se o melhor para a política e para a economia do Império, não a prática em si, a tradição brasileira para com os escravos, como se refere Manoel Bonfim sobre a questão. Exceto alguns abolicionistas, como José Bonifácio que fez pública sua idéia de que Portugal fora a nação que mais crimes cometeu contra a humanidade.

Na Constituinte para a formulação da Constituição de 1824, está a disposição: “Artigo 254. – A Assembléia terá particular cuidado de criar estabelecimentos para a catequese e civilização dos índios, emancipação lenta dos negros e sua educação religiosa e industrial”. No entanto, o artigo foi retirado da publicação final da Constituição. Observa-se que índios e negros são tratados de forma paradoxal. Os índios precisam de imposição religiosa e agregação civilizatória. Os negros, como propriedade, comprados para o trabalho na base da economia brasileira desde a colonização, já estão agregados a nossa civilização, basta um processo lento para sua emancipação. A liberdade aqui é pensada menos de forma humanitária do que pela questão das conseqüências econômicas e políticas geradas. A propósito, o senador Ferreira França, à época, foi à tribuna da Assembléia protestar: “a proposição mais horrível que ouvi foi de que os escravos eram nossa propriedade: é horrível!”. O Estado propunha vender as suas propriedades servis ao invés de libertá-los. Tratava-se da vida humana com a devida importância que se trata um bem de valor funcional e econômico. Para justificar a condição desumana que se encontravam os negros escravos, Padre Vieira comparou-os as condições de sofrimento do próprio Jesus e que a migração forçada da África ao Brasil era o propósito da providência divina, que os conduziria pelo caminho da salvação. Desta forma, os autores se isentavam da responsabilidade da ação escravagista e delegavam a um “algo superior” essa responsabilidade. Eles acreditavam nessa teoria ou estavam mentindo para si mesmos? Sartre aponta atitudes de má fé quando o homem aliena-se de sua própria liberdade mentindo para si mesmo através de ideologias e paradigmas, o que acaba por isentá-lo da responsabilidade de sua atitude.

Enquanto o quadro da servidão no Brasil pouco mudava, estendiam-se as discussões sobre como e quando promover a emancipação sem, contudo, manifestar-se a preocupação com a própria vida em questão. Quem era esse escravo motivo de tantas discussões?

A exploração do trabalho servil foi uma obra política portuguesa com negros sendo trazidos de várias regiões do continente africano. A sua presença fez parte na constituição do povo brasileiro. O modo de viver, pensar e se expressar estavam fortemente influenciados por essa cultura, sendo muito difícil identificar o início e o fim de uma ou outra cultura, seja ela portuguesa, indígena ou africana. O escravo veio para o trabalho forçado, e era amplo, em todas as áreas. Na agropecuária, nas atividades extrativas (borracha, algodão, fumo), na agro-indústria dos engenhos, nos trabalhos na fazenda de café, na mineração, como ferreiros, pedreiros, carpinteiros, barbeiros, parteiras, carregadores, domésticos, cozinheiros, chocheiros, vendedores, escravos de ganho, como músicos, prostitutas e mendigos. Pode-se observar que ele estava em diversas áreas, tão intimamente ligado à nação que, Manoel Bonfim, em seu livro, O Brasil Nação, diz, “deveríamos, hoje, em vista do passado, ajoelhar perante as vítimas, para os fins do necessário perdão, e redimir, a preço de desinteresse e de beleza moral, as torpezas desses que fizeram o Brasil sobre as dores e o cativeiro de duas raças”.

E a abolição? Mais que um ato de pura generosidade da Princesa Isabel, apesar de muitos libertos, inclusive insuflados por José do Patrocínio, aderirem ao culto à princesa, no chamado isabelismo, não havia modo de se aquietar a liberdade dos cativos. Já estava à porta de acontecer. As sociedades abolicionistas por todo o Brasil, bem organizadas, repetiam os processos de libertação imediata e de sublevação ocorridos na província do Ceará (1884). As capitais, as cidades importantes seguiam o exemplo. Os escravos abandonavam seus senhores e encontravam refúgio logo à frente. As fazendas de café estavam se esvaziando com a saída dos cativos, quando o Exército, convocado para prender os fugidos, recusa-se porque a nação os queria livres (Questão Militar). E o 13 de maio ocorreu com toda a teatralidade possível das grandes ações políticas.

De redentora dos negros a princesa não tinha nada, pensava apenas em uma forma de salvar a monarquia. Faltou, junto com a lei assinada, um conjunto de ações para garantir a integração dos ex-escravos à sociedade. E isso não ocorreu. A princesa assinou e virou as costas para o problema. Assim o Estado o fez durante a República. Preteridos à mão de obra européia, os ex-escravos que antes, forçosamente, trabalhavam em inúmeras áreas da economia brasileira, viram-se sem emprego, relegados à marginalidade. A liberdade advinda com a abolição teve o papel de exclusão.

O sociólogo Paulo Henrique Costa Mattos escreveu recentemente que “apesar dos avanços obtidos nos séculos de luta pela liberdade e pela criminalização da prática de racismo, o povo negro segue sendo discriminado e principal vítima das desigualdades sociais, que têm no Brasil um forte componente racial. Apesar de o Brasil ser majoritariamente negro, o racismo é uma das práticas e comportamentos mais “nojentos” e dissimulados. O povo negro está em todo tipo de função de trabalho degradante, vivendo nas piores casas, comendo o pão que a miséria amassou, sem condição de freqüentar a universidade paga, sem plano de saúde, sem respeito e sobrevivendo com os programas sociais pífios e assemelhados. Para as populações afro-descendentes só sobraram às medidas assistencialistas superficiais, e cujos recursos somados são inferiores aos gastos destes governos com suas propagandas institucionais. Gastam mais recursos para dizer que, supostamente não são racistas e estão fazendo alguma coisa, com o que efetivamente deveria ser feito”.

O retrato do Brasil hoje é o retrato que se arrasta desde a abolição. O negro foi empurrado para fora do foco da história e esquecido em um lugar que a “oficialidade” social não o reconhece. Segundo os dados da Comissão contra a Discriminação (CICDR 2008) depois da Nigéria, o Brasil é o país de maior população negra do planeta. Mesmo assim, vive todo o tipo de exclusão, ainda, 80% dos negros moram em favelas e em locais insalubres, o acesso à educação, também é outro fator de exclusão, já que somente 47% dos negros concluíram o 2º grau e apenas 1% terminaram a faculdade. Outra constatação da CICDR é a de que 87% das crianças fora da escola são negras e que a evasão escolar é 65% maior entre os negros.

Se Sartre afirma que somos a própria liberdade, todos os rumos que a história toma são responsabilidades das nossas ações e não de algo superior que nos isenta dessas ações. Spinoza nos alerta que associada à liberdade, está também a noção de responsabilidade, já que o ato de ser livre implica assumir o conjunto dos nossos atos e saber responder por eles. Por isso é importante lembrar, que mesmo não tendo sido ato da nossa geração, há de se entender que herdamos socialmente, todos envolvidos, sejam incluídos ou não, a responsabilidade das ações do nosso passado e que nenhum tipo de compensação foi dignamente conferido aos descendentes afro-brasileiros. Aliás, nenhuma compensação social foi realizada convincentemente à parcela mais pobre do mundo, independente da origem, cor ou sexo.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Espetáculo verdadeiramente divino


A mitologia egípcia é cercada de fábulas. Uma delas, versão diferente das demais, descreve que Anúbis foi agraciado pela misericórdia de Ísis. Conta-se que, fruto de intrigas passionais e inveja, sentimentos tão humanos para deuses, Seth (Tifon) assassinou Osíris, esposo de Ísis. É a morte do sol, a Terra, num tal momento, vê-se em sombra, enfraquecida e abatida. Como se não bastasse, Seth esquartejou Osíris e espalhou seus pedaços por todo o Egito.

Neste momento, Ísis representa a dor africana, abandonada, desolada, a viúva sai em busca dos membros de seu amado. Na crença do Egito Antigo, o corpo deve ser preservado, deve estar inteiro para que ele possa ser tomado pela alma na segunda vida e ressuscitar dentre os mortos. Por isso, o desespero de Ísis, na tradição popular, a pobre viúva do Egito com suas inconsoláveis amarguras, ela chora, mas nunca desespera.

Nessa fúnebre aventura em busca do corpo do marido, Ísis descobre um ser disforme, sangrento, com sua monstruosidade, um recém-nascido que chora de fome e frio. Para sua surpresa, a criança é Anúbis, um ser com cabeça de cão (chacal), filho do deus Seth, feroz assassino de seu esposo.

Diante de si está o filho de quem lhe causou tamanha dor. A vingança é o primeiro sentimento que passaria pela cabeça de qualquer mortal. Chance única. A criança está indefesa e o ódio que a dor da perda provocara em Ísis, era suficientemente forte para justificar esse ato. Desmembrar Anúbis como o fez o seu pai contra Osíris.

Mas a bondade, o amor e a misericórdia de Ísis superaram todo o sentimento negativo que pudesse brotar naquele instante. Levantou a pequena monstruosidade e, apertando-a contra o peito, alimentou a criança em seu seio. Ísis é a própria ternura e clemência. Espetáculo verdadeiramente divino! Que toda a Terra o venha contemplar!... A viúva do assassinado alimenta o filho do assassino! Nutrido do leite de bondade, banhado das lágrimas do amor, o monstro torna-se um deus”.

terça-feira, 29 de junho de 2010

O Delta do Nilo: exuberância em vida, esperança para a morte



O Egito observado por imagem de satélite percebe-se que sua maior parte é coberta por deserto. Cortado por um caudaloso rio, o Rio Nilo, suas margens são marcadas por um verde que se destaca fortemente entre o amarelado desértico característico. Para o europeu, à primeira vista, principalmente quando lá chegou, via a região como um verdadeiro cemitério a céu aberto, uma extensa rua fúnebre. Isso se deve a grande importância dada pelo povo egípcio à crença da vida após a morte.


Para o africano, principalmente o do Baixo Egito que se situa ao Norte, todo aquele verde, com as margens do rio cheias de lodo é o paraíso da África. Todos desejavam estar ali e depois da morte poder desfrutar do local no “além”. Para isso, barcas conduziam os corpos para a região onde seriam sepultados. Isso explica o acumulo de túmulos.



O Delta do Nilo é uma região extremamente fértil. Exuberância em vida para os africanos e esperança para a morte do deleite de quem não pôde viver por lá. O rio em época certa inunda suas margens e quando recua, deixa um lodo quase negro que fertiliza a terra e permite que o homem, com a mesma regularidade do rio faça seu trabalho agrícola.



A importância da crença na vida após a morte pode ser entendida no esforço que os trabalhadores menos abastados faziam para cuidar da sua segunda vida. O túmulo era para dois. Para a esposa e para o esposo. Árduo trabalho dele, dura economia para ela. Mas ao final, seriam embalsamados juntos e juntos renasceriam para a vida além daquele túmulo de pedra.



Fonte imagens: ©2010 Google

Fonte pesquisa: LEVEQUE, Pierre - As Primeiras Civilizações - Volume I: Os Impérios do Bronze. Lisboa: Edições 70, 1998; Millard, Anne - Os Egípcios - Editora Melhoramentos - 1982; Michelet, Jules - A Bíblia da Humanidade: Mitologias da Índia, Pérsia, Grécia e Egito. Ediouro, 2002.