O Egito observado por imagem de satélite percebe-se que sua maior parte é coberta por deserto. Cortado por um caudaloso rio, o Rio Nilo, suas margens são marcadas por um verde que se destaca fortemente entre o amarelado desértico característico. Para o europeu, à primeira vista, principalmente quando lá chegou, via a região como um verdadeiro cemitério a céu aberto, uma extensa rua fúnebre. Isso se deve a grande importância dada pelo povo egípcio à crença da vida após a morte.
Para o africano, principalmente o do Baixo Egito que se situa ao Norte, todo aquele verde, com as margens do rio cheias de lodo é o paraíso da África. Todos desejavam estar ali e depois da morte poder desfrutar do local no “além”. Para isso, barcas conduziam os corpos para a região onde seriam sepultados. Isso explica o acumulo de túmulos.
O Delta do Nilo é uma região extremamente fértil. Exuberância em vida para os africanos e esperança para a morte do deleite de quem não pôde viver por lá. O rio em época certa inunda suas margens e quando recua, deixa um lodo quase negro que fertiliza a terra e permite que o homem, com a mesma regularidade do rio faça seu trabalho agrícola.
A importância da crença na vida após a morte pode ser entendida no esforço que os trabalhadores menos abastados faziam para cuidar da sua segunda vida. O túmulo era para dois. Para a esposa e para o esposo. Árduo trabalho dele, dura economia para ela. Mas ao final, seriam embalsamados juntos e juntos renasceriam para a vida além daquele túmulo de pedra.
Fonte imagens: ©2010 Google
Fonte pesquisa: LEVEQUE, Pierre - As Primeiras Civilizações - Volume I: Os Impérios do Bronze. Lisboa: Edições 70, 1998; Millard, Anne - Os Egípcios - Editora Melhoramentos - 1982; Michelet, Jules - A Bíblia da Humanidade: Mitologias da Índia, Pérsia, Grécia e Egito. Ediouro, 2002.
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